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Espécie do mês: Palmatória

AGOSTO

ESPÉCIE: Tacinga palmadora (Britton & Rose) N.P.Taylor & Stuppy

FAMÍLIA: Cactaceae

NOMES POPULARES: Palmatória, Palmatória-de-espinho, Palma-de-espinhos, Palma, Palminha, Quipá-de-espinho, Quipá, Palmatória-de-quipá, Rabo de onça

ORIGEM: Nativa

ENDEMISMO: Endêmica do Brasil

OCORRÊNCIAS CONFIRMADAS: Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe)

DOMÍNIO FITOGEOGRÁFICO: Caatinga

A Palmatória é uma espécie endêmica da Caatinga, amplamente distribuída no bioma, e da região nordeste do Brasil, com exceção ao estado do Maranhão. Apresenta porte arbustivo, podendo atingir até 2m de altura. Suas flores são vistosas, hermafroditas (possuem estruturas reprodutivas de ambos os sexos), sem odor e de coloração vermelha que se destacam em contraste com o caule verde da planta. Possuem antese (abertura das flores) diurna e são polinizadas por beija-flores.

Seus frutos são consumidos e dispersos por aves, insetos, répteis, roedores e morcegos, que removem a polpa presente nas sementes facilitando o processo de germinação. Suas sementes são afotoblásticas, ou seja, não necessitam de luz para germinação, sendo capazes de germinar no escuro contínuo.

A espécie também utiliza a estratégia de reprodução clonal (reprodução assexuada), através da queda natural de seus ramos (cladódios) que, no solo formam raízes e ramos originando novos indivíduos. Os clones formados apresentam o mesmo genótipo da planta mãe e tem a função estrutural de manter o número de indivíduos adultos na população caso a planta mãe morra. Já os indivíduos originados da germinação das sementes (reprodução sexuada), tendem a ocupar novas áreas ampliando a distribuição da espécie, já que tendem a ocorrer em locais mais distantes dos seus parentais formando novas populações.

Algumas comunidades do sertão nordestino a utilizam como fonte de alimento para rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos na época de seca e consequente falta de alimentos e escassez hídrica. O fruto pode ser consumido in natura na alimentação humana e algumas populações fazem o uso medicinal da espécie.

Embora possua espinhos robustos é utilizada como ornamental para jardins temáticos. Suas flores vermelhas chamam a atenção, destacando-se no paisagismo.

REFERÊNCIAS:

Lima, A.T.; Costa, A.A.; Meiado, M.V. 2019. Flowering of the endemic cactus Tacinga palmadora: a relation between floral production and age. Communications in Plant Sciences, 9: 36-40.

Machado, J.S; Lucena, C.M.; Santos, S.S.; Ferreira, E.C.; Nunes, G.M.; Lucena, R.F.P. 2018. Conhecimento Botânico Local Sobre Cactáceas: Um Estudo De Caso No Município De Boqueirão, Paraíba, Nordeste Do Brasil. Flovet - Boletim do Grupo de Pesquisa da Flora, Vegetação e Etnobotânica, 1 (10): 1-21.

Meiado, M.V. 2012. Germinação de cactos do Nordeste do Brasil. Tese (Doutorado)-Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências Biológicas. Biologia Vegetal. Recife, Pernambuco. 142f.

Meiado, M.V. 2012. Propagação sexual e assexual estruturando populações de Tacinga palmadora (Britton & Rose) N. P. Taylor & Stuppy, um cacto endêmico da Caatinga. Rev. Biol. Neotrop. 9(2): 6-13.

Peixoto, L.R. 2018. Estudo fitoquímico e biológico da Tacinga palmadora (Britton & Rose) N.P. Taylor & Stuppy (cactaceae). Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas - PPGCF, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande. 135f.

Zappi, D.; Taylor, N. 2020. Cactaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB1754>. Acesso em: 12 ago. 2020.